Stefanutto diz sofrer por não ir mais ao INSS e cita reitor que cometeu suicídio
Stefanutto defende sua gestão no INSS após afastamento e diz que possui documentos que comprovam sua inocência. Ex-presidente critica ações da Polícia Federal e questiona relatórios que indicam fraude em descontos de benefícios.
Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS, expressou sua tristeza por não poder mais trabalhar na autarquia, afirmando ser "fã" da previdência.
Em entrevista à Folha, ele criticou o pedido de afastamento feito pela Polícia Federal após operação sobre descontos não autorizados em benefícios, o que resultou em sua demissão pelo presidente Lula.
Stefanutto mencionou o caso do reitor da UFSC, Luiz Carlos Cancellier, que cometeu suicídio após ser investigado em 2017. Ele se lembrou de Cancellier ao falar sobre a dor de não poder voltar ao trabalho.
No entanto, disse estar utilizando o tempo livre para preparar sua defesa e confiando na sua inocência. Ele ressaltou: "Dizer que tudo que fiz foi para beneficiar a entidade não é verdade".
A defesa de Stefanutto refutou o relatório da PF, que alegou que ele desbloqueou descontos sem critérios técnicos e sem a devida autorização. Ele afirmou que essa ação visava proteger a população.
Justificou também o desbloqueio de descontos em 34 mil pensões da Contag, argumentando que a entidade já possuía sistemas digitais adequados.
Afirmou não ter conhecimento das atividades do empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, descrito como central no esquema de descontos.
Stefanutto criticou o relatório da CGU, que apresentou alta porcentagem de supostos descontos não autorizados, chamando-o de enviesado e duvidoso em sua metodologia.
Além disso, condenou os bloqueios de benefícios pelo governo, afirmando serem medidas extremas que prejudicam pessoas de bem sem a devida defesa.