Socorro do governo a empresas atingidas por tarifaço deve incluir benefício atrelado ao salário mínimo
Governo federal propõe medidas emergenciais para auxiliar trabalhadores afetados pelo tarifaço dos EUA, incluindo apoio financeiro e linhas de crédito. Objetivo é mitigar os impactos econômicos e preservar empregos em setores vulneráveis.
Governo federal avalia replicar modelo de auxílio do Rio Grande do Sul para preservar empregos afetados pelo tarifaço do presidente Donald Trump.
A proposta amplia o Apoio Financeiro RS, que ofereceu benefício de um salário mínimo (R$ 1.518) a trabalhadores de empresas prejudicadas. O empregador complementa a remuneração.
O auxílio será destinado a trabalhadores formais, aprendizes, estagiários e pescadores artesanais. Para receber, o empregador deve manter o emprego por quatro meses.
O objetivo é preservar o poder aquisitivo de trabalhadores de baixa renda. O programa é inspirado no Benefício Emergencial (BEm) do governo Bolsonaro, que permitia a redução de salários.
Empresas devem comprovar perda de faturamento devido ao tarifaço de Trump, que elevou a tarifa sobre produtos brasileiros para 50% com 694 exceções.
Linhas de crédito estão sendo estudadas, incluindo suspensão do FGTS e lay-off com pagamento pelo FAT. A concessão de crédito em condições mais acessíveis também está em análise.
Em declaração, o vice-presidente Geraldo Alckmin indicou que o socorro pode não impactar as metas fiscais devido ao "cenário excepcional".
No setor de varejo, a Abras encomendou estudo sobre os efeitos do tarifaço, destacando que a desorganização nos produtos internos pode afetar o mercado.
O estudo, apresentado por Paulo Rabello de Castro, indica que, em 30 meses, o impacto econômico poderia ser próximo de zero, com algumas empresas adaptando-se e reduzindo tarifas.
O Brasil ainda mantém a tarifa de 10% de abril, mas com o novo decreto, a maioria dos produtos brasileiros enfrentará tarifas totais de 50%.