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Sob Trump, brasileiros encaram endurecimento migratório e rotina de medo

A detenção de brasileiros nos EUA cresce sob a administração de Donald Trump, gerando preocupações na comunidade imigrante. Organizações solicitam ao governo brasileiro medidas para enfrentar uma "crise humanitária" relacionada a essas prisões.

Prisão do estudante brasileiro, Marcelo Gomes, 18 anos, em Massachusetts, destaca a preocupação da comunidade imigrante brasileira nos EUA durante a gestão de Donald Trump.

Nos primeiros meses de 2023, deportações de brasileiros se mantiveram estáveis, mas o governo Lula notou um aumentar nas detenções. Dados da Universidade de Syracuse revelam que 186 brasileiros estavam detidos com casos em análise, comparado a 93 no mesmo período do ano anterior sob Joe Biden.

Diez organizações de imigrantes enviaram uma carta ao governo Lula, denunciando uma "crise humanitária". Relatos incluem prisões sem mandado judicial e intimidação por agentes imigratórios em pontos de concentração brasileira, criando clima de medo.

As organizações pedem aumento na capacidade consular, com um aumento de 43% nas solicitações de registro de nascimento e 21% na emissão de passaportes. O Itamaraty formou uma força-tarefa para atender essa demanda.

Nos seis primeiros meses do governo Trump, as prisões de imigrantes aumentaram, embora a meta de 3.000 detenções diárias não tenha sido atingida. Um relatório mostra que, enquanto as prisões aumentaram, a média diária de detenções foi apenas 2% maior que durante a administração Biden.

A professora Gabrielle Oliveira, da Universidade Harvard, observa que o foco das prisões mudou, afetando mais brasileiros nas comunidades estabelecidas. A imigração e as políticas de deportação criam um estado de alerta, com muitos imigrantes percebendo que nenhuma nacionalidade está imune.

O Itamaraty estima que cerca de 2 milhões de brasileiros estejam nos EUA, com 286 mil em situação irregular, sendo a sétima maior população imigrante. O caso de Marcelo Gomes, que ganhou liberdade mas permanece com processo de deportação, reflete essa realidade.

Seu pai declarou que a família está em estado de alerta e não sai de casa, evidenciando a preocupação crescente da comunidade brasileira nos Estados Unidos.

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