Só ex-comandante da Marinha era “radical” e defendia golpe, diz Cid
Ex-ajudante de ordens revela detalhes sobre grupos que defendiam golpe de Estado após eleições. Interrogatórios no STF visam esclarecer o papel dos réus na suposta trama para impedir a posse de Lula.
Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante do ex-presidente Jair Bolsonaro, revelou em depoimento no STF que o almirante Almir Garnier integrava o grupo dos “radicais” que defendiam um golpe de Estado.
Cid afirmou que no grupo dos radicais, apenas Garaier era considerado “radical”. Os membros acreditavam que Bolsonaro teria respaldo popular para permanecer no poder, contando com o apoio dos CACs (Colecionadores, Atiradores e Caçadores).
A descrição da colaboração premiada de Cid aponta que o grupo “radicais” se dividia em:
- 1º subgrupo: "menos radicais", que buscavam fraudes nas urnas;
- 2º subgrupo: "radicais", que queriam incentivar um golpe de Estado.
Cid organizou os aliados de Bolsonaro em três grupos: radicais, moderados e conservadores. Cite Cid, os moderados incluem Paulo Sérgio Nogueira e Braga Netto. Já Augusto Heleno, Anderson Torres e Alexandre Ramagem não estavam associados a nenhum grupo.
Os interrogatórios do STF começaram em 2ª feira (9.jun) e devem ser finalizados até 6ª feira (13.jun). O primeiro a ser ouvido foi Mauro Cid, que fez acordo de colaboração. Os demais réus seguirão em ordem alfabética para garantir o direito de defesa.
Todos os réus são obrigados a comparecer, mas podem permanecer em silêncio. O general Braga Netto participará por videoconferência devido à sua prisão preventiva.
Os interrogatórios fazem parte da instrução criminal, onde provas já foram ouvidas. Após essa etapa, as partes apresentarão suas alegações finais, e o ministro Alexandre de Moraes preparará o relatório final para julgamento.