Sinais de desaceleração global começam a surgir — apesar de Trump pausar tarifas

Trump adia tarifas, mas comércio global enfrenta desaceleração

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou um adiamento parcial em planos tarifários, enquanto sinais de desaceleração no comércio global começam a surgir.

Na quarta-feira, Trump informou que as tarifas sobre produtos chineses subirão para 125%, com uma pausa de 90 dias na elevação de tarifas para outras economias a uma taxa fixa de 10%.

A China respondeu com novas tarifas, elevando as alíquotas para 84%. Este cenário aproxima as duas economias de um processo de desacoplamento.

Apesar da recepção positiva pelos mercados financeiros, existem consequências negativas da incerteza provocada pelas tarifas.

Economistas da Bloomberg Economics alertam que a incerteza não beneficia as negociações e que a tarifa média dos EUA elevou-se para 24% desde o início do mandato de Trump.

A Amazon e a Haas Automation já reportaram cancelamentos de pedidos e redução de produção devido à queda na demanda.

Dados da Vizion Inc. mostram uma queda de 49% nas reservas globais de contêineres e uma redução de 64% nas importações dos EUA.

Jake Colvin do National Foreign Trade Council afirmou que a tarifa base de 10% continua a pressionar o comércio, enquanto David Warrick recomenda uma abordagem de "correr para esperar".

Robert Koopman adverte que a desaceleração do comércio acontecerá nos próximos meses, afetando principalmente as relações EUA-China.

A OMC alertou que a escalada tarifária pode resultar em uma contração de 1% no comércio global de bens neste ano.

Economistas do Citigroup destacam que as tarifas já tornaram muitos produtos antieconômicos e representam uma questão de sobrevivência para pequenas importadoras nos EUA.

Embora empresas estejam buscando soluções, incluindo o uso de inteligência artificial, a incerteza continua a dominar. Trump expressou esperança de um acordo com a China, mas analistas prevêem que a guerra comercial não terá uma solução rápida.