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Setores chamam MP do aumento de impostos de insensatez e alertam para impacto em investimentos

Setor produtivo e financeiro criticam pacote de aumento de impostos de Haddad, alertando para possíveis impactos negativos em investimentos e no crédito. Entidades enfatizam a necessidade de discutir cortes de gastos públicos em vez de onerar ainda mais os contribuintes.

Pacote de aumento de impostos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, gera fortes críticas de associações do setor produtivo e financeiro.

As medidas foram publicadas em medida provisória (MP) na noite de quarta-feira (11), com eficácia imediata, mas a maioria dos efeitos valerá em 2026, dependendo da aprovação do Congresso Nacional.

O governo estima arrecadar R$ 10,5 bilhões em 2025 e R$ 20,9 bilhões em 2026 com o pacote.

Venilton Tadini, presidente da Abdib, classifica a MP como uma "total insensatez" e trabalhará para que não seja aprovada. Ele critica a medida por afetar a infraestrutura e agravar os problemas fiscais.

Ricardo Alban, da CNI, se opõe ao aumento de impostos, alertando para a pressão na economia e a alta nos juros. Segundo ele, a solução não pode ser apenas a arrecadação.

A Abecip critica o fim da isenção de IR para LCI, que encarece a moradia e compromete o acesso à casa própria.

A Cbic alerta que a busca por equilíbrio fiscal apenas pela arrecadação penaliza o setor e sugere discutir a eficiência dos gastos públicos.

Impactos da MP incluem:

  • Aumento da CSLL para fintechs e instituições de pagamento;
  • Tributação de investimentos antes isentos como LCI, LCA, CRI, CRA e debêntures;
  • Criptomoedas sujeitas a alíquota de 17,5% em ganhos de capital.

O pacote inclui ainda um aumento da alíquota sobre bets de 12% para 18% e a revogação da isenção de até R$ 35 mil para pequenas alienações. A tributação agora será uniforme, afetando diretamente os pequenos investidores.

O debate tributário está fragmentado, dificultando a construção de políticas públicas abrangentes e eficazes, segundo Diego Perez da ABFintechs.

Entre as medidas de contenção de despesas, estão alterações no piso da educação e novas regras de acesso a benefícios.

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