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Setores afetados por tarifaço calculam prejuízo e pedem manutenção das negociações

Indústrias brasileiras sofrem com a iminente sobretaxa nos EUA e pedem apoio do governo Lula para mitigar perdas. Setores, como eletroeletrônico e moveleiro, projetam demissões e quedas nas exportações em meio a incertezas comerciais.

Setores da indústria brasileira enfrentam prejuízos após anúncio de sobretaxa de 50% nos produtos que entram nos Estados Unidos. As novas taxas, determinadas por um decreto assinado por Donald Trump em 30 de setembro, começam a valer em 6 de outubro.

A Abinee (Associação da Indústria Elétrica e Eletrônica) destacou que equipamentos relevantes, como transformadores elétricos, não foram incluídos na lista de isenção. Por outro lado, peças de ferramentas eletromecânicas e partes de secretárias eletrônicas estão isentas.

O presidente da Abinee, Humberto Barbato, pediu o empenho do governo brasileiro nas negociações para incluir produtos na lista de isentos, ressaltando a necessidade de medidas compensatórias para mitigar o impacto.

A Abal (Associação Brasileira do Alumínio) estima um prejuízo de R$ 1,15 bilhões devido às sobretaxas. Com os EUA como o terceiro maior destino das exportações de alumínio, 14,2% do setor é destinado a esse mercado, com US$ 773 milhões em vendas. O setor já perdeu US$ 46 milhões em exportações neste ano.

Na indústria de móveis, obteve-se um clima de apreensão, pois os móveis de madeira não foram isentos. A Abimovel prevê perda de até 9.000 postos de trabalho, além de interrupções na produção. Estados como Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo já enfrentam cancelamentos de pedidos.

Na indústria calçadista, a situação é crítica, já que a China compete com uma sobretaxa de 30%. A Assintecal expressou preocupações sobre a perda de competitividade, principalmente entre os curtumes que respondem por 60% das vendas do setor.

Os EUA, como o segundo maior parceiro comercial do couro brasileiro, significam 13,3% das compras, com um crescimento de 30% nas exportações de componentes e químicos para couro em relação ao ano anterior.

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