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Setor químico do Brasil vê riscos e chances com tarifaço dos EUA

André Passos Cordeiro destaca a complexidade de avaliar o efeito das tarifas dos EUA na indústria brasileira, que pode enfrentar tanto oportunidades quanto desafios. O cenário atual agrava a questão dos custos elevados do Brasil e da concorrência crescente com o México, que se beneficia de tarifas zeradas.

André Passos Cordeiro, presidente da Abiquim, fala sobre o impacto das tarifas dos Estados Unidos sobre produtos importados. Ele destaca a dificuldade em mensurar esse impacto econômico.

As tarifas, aplicadas sob diferentes intensidades, atingem diversos setores como aço, alumínio, alimentos, máquinas e produtos químicos. Cordeiro afirma que o efeito afeta a economia como um todo.

O Brasil, ao receber uma taxa de 10%, pode ver seus produtos mais _competitivos_ que os europeus e asiáticos no mercado americano.

Contudo, há preocupação com produtos brasileiros que podem se tornar mais caros que os americanos, mesmo com tarifas mais baixas. “Pode haver produtos que fiquem mais caros e além do limiar da competitividade”, alerta Cordeiro.

Um risco adicional é o desvio de comércio: produtos de países que perderam espaço nos EUA podem buscar novos mercados, como o Brasil. Isso poderia baratear insumos, como vidros e tampas plásticas, no Brasil.

O setor químico brasileiro já enfrenta um cenário difícil, com um déficit de US$ 50 bilhões na balança comercial previsto para 2024. Cordeiro aponta que os altos custos de matéria-prima e energia no Brasil são fatores que contribuem para essa situação.

Além disso, a indústria opera com 36% de capacidade ociosa, que pode aumentar se as exportações caírem e as importações crescerem.

O México, que ficou fora das novas tarifas, representa uma concorrência adicional, com custos de produção mais baixos e acesso preferencial ao mercado dos EUA, o que pode afetar ainda mais o Brasil.

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