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Setor privado se organiza para ir aos EUA negociar tarifaço com empresas norte-americanas

Setor privado brasileiro busca negociar prazos e condições para mitigar impacto do tarifaço anunciado pelos EUA. Empresas de mineração se destacam na comitiva, visando proteger seus interesses e manter relações comerciais.

Setor privado brasileiro organiza viagem aos EUA para negociar medidas em resposta ao tarifaço de 50% anunciado por Donald Trump, previsto para agosto.

Raul Jungmann, presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), informou que a proposta foi apresentada ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, em reunião na segunda-feira, 21.

Jungmann afirmou: "O vice-presidente apoiou a ideia de diálogo com o setor privado dos EUA e, se possível, com o Congresso e governo americano."

A comitiva inicial deve incluir empresas associadas ao Ibram, como Vale, Samarco, Anglo American, AngloGold Ashanti e ArcelorMittal.

Alckmin destacou que o governo prefere negociar mais prazo para a vigência das tarifas, entre 60 e 90 dias, para evitar transtornos com produtos já embarcados e contratos em andamento.

Ele considerou a situação um "perde-perde" para ambos os países e espera sensibilizar os EUA sobre os riscos à relação histórica entre Brasil e EUA.

Apesar da incerteza sobre a sobretaxa, Jungmann afirmou que as empresas "tomam providências" para respeitar fluxos de produção e contratos, com impactos variados entre elas.

Nos EUA, o setor de mineração exporta 3,5% e importa 20% dos produtos. As importações, especialmente de máquinas pesadas, geram grande preocupação devido à perspectiva de reciprocidade que pode encarecer custos.

Os setores têm itens estratégicos para negociação. No caso da mineração, a produção de terras raras é de interesse tanto do governo Biden quanto de Trump, dado o interesse dos EUA em minerais críticos estratégicos.

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