Setor privado reage contra IOF: ‘Governo enche a caixa d’água, mas com as torneiras abertas’
Entidades do setor privado se mobilizam contra aumento do IOF, buscando soluções estruturais e pressionando o governo por medidas que reduzam despesas. O impacto da nova tributação é visto como prejudicial a diversas atividades econômicas, gerando preocupação em relação à competitividade e ao crescimento do país.
Entidades empresariais se mobilizam contra aumento do IOF
Organizações do setor privado, incluindo comércio, indústria e bancos, se uniram contra o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida foi anunciada pelo governo e gerou uma reação conjunta inesperada.
O presidente da Abrasca, Pablo Cesário, criticou a ampliação das receitas sem revisar as despesas. Ele questionou a crescente necessidade de gastos como no seguro-desemprego, em um cenário de pleno emprego, e ressalta a importância de cortes estruturais nas despesas públicas.
A pressão se intensificou após a declaração do presidente da Câmara, Hugo Motta, que deu um prazo de dez dias para que o governo apresente alternativas para o ajuste de contas, evitando novos impostos.
Empresários, como Rubens Menin, destacam que a crise do IOF expõe a necessidade de reformas estruturais e simplificação tributária no país. O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, alerta sobre possíveis aumentos de impostos futuros se não houver ajustes econômicos significativos.
Rodrigo Maia, presidente da CNF, trabalha para articular um encontro com líderes do Congresso para discutir os danos da medida ao setor privado. Já foi preparado um manifesto de união das principais confederações contra o aumento.
As entidades argumentam que o aumento do IOF pode trazer um impacto severo sobre os custos de crédito, essencial para diversos setores, incluindo o agronegócio, com consequências diretas na rentabilidade e na competitividade do setor.
- Um estudo preliminar indica que o custo de capital do varejo pode subir até 10%.
- O crédito rural privado será diretamente afetado pelo novo IOF, comprometendo a produção.
- O setor privado discute sugestões para revisar gastos tributários e incentivos.
O debate segue intenso no Congresso, com a possibilidade de revisão da alíquota do IOF e sua aplicação sendo um tema central nas próximas semanas.