Setor de seguros cobra ação climática e quer protagonismo na COP30
Representantes dos setores de seguros do Brasil e da França discutem como as mudanças climáticas afetam a precificação de riscos e propõem maior participação nas políticas públicas. O evento marca a reaproximação bilateral após tensões diplomáticas e inclui debates sobre infraestrutura e inovações tecnológicas.
Reunião Brasil-França: Representantes do setor de seguros se reuniram em 30 de maio de 2025, em Paris, para discutir os impactos das mudanças climáticas e fortalecer a cooperação bilateral.
O evento foi organizado pela CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras) e faz parte do “Anos Cruzados Brasil-França”, coincidindo com a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país.
O presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, comentou que as relações entre Brasil e França estavam “complicadas” e agora passam por um processo de “reconstrução”.
Dyogo também alertou sobre o impacto dos eventos climáticos extremos, mencionando que enchentes e secas desafiavam os modelos de precificação de risco. Ele destacou: “Estamos com dificuldade de ajustar os cálculos atuariais às novas realidades.”
Ele defende que as seguradoras devem ter participação ativa nas políticas públicas sobre o clima, afirmando: “Precisamos estar na COP30”.
Além do clima, o evento abordou a ampliação da presença do setor de seguros em infraestrutura, destacando desafios como saneamento básico e a revolução digital.
O próximo fórum, “Fórum de Seguros França-Brasil”, ocorrerá em 4 de junho de 2025, em Paris. Os temas incluem mudanças climáticas, inteligência artificial, open insurance e investimentos em infraestrutura.
Entre os participantes estão o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e o senador Eduardo Gomes. A programação inclui painéis sobre seguros e clima, regulamentação de IA, cibersegurança, e investimentos.
O jornalista viajou a Paris a convite da CNSeg.