Setor de mineração alerta para riscos de retaliação contra Trump e cobra diálogo entre países
Jungmann alerta para os riscos das tarifas americnas e defende a necessidade de uma negociação urgente. Ele enfatiza que o impacto nas importações brasileiras é significativamente maior do que nas exportações.
Preocupação com Tarifas dos EUA
O presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, expressou preocupação após o anúncio de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
Em reunião com o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e representantes do setor, Jungmann pediu uma negociação rápida para evitar impactos bilaterais. O encontro foi realizado a menos de dez dias do prazo para a cobrança das tarifas, que inicia em 1º de agosto.
Jungmann destacou que Alckmin sugeriu uma extensão de 90 dias para as negociações, mas ressaltou que isso não depende apenas do Brasil.
O vice-presidente já iniciou conversas com as “big techs” americanas, como Google, Apple, Microsoft e Meta, e relatou um bom início nas discussões, embora sem detalhes.
Jungmann também alertou para possíveis retaliações e o impacto maior nas importações do que nas exportações, sendo que apenas 3,5% das exportações minerais brasileiras vão para os EUA, enquanto 20% das importações do Brasil vêm de lá.
Ele mencionou riscos de tarifas cruzadas, citando declarações de Trump sobre sobretaxar países com acordos com Rússia ou China, afetando o Brasil, que exporta 80% de suas exportações minerais para a China.
Entre as alternativas, Jungmann falou sobre a possibilidade de cotas para setores específicos e destacou que o Brasil possui a segunda maior reserva de terras raras do mundo, recurso estratégico nas cadeias de tecnologia.
Ele concluiu que a situação exige cautela e ação coordenada, afirmando que a imprevisibilidade pegou muitos de “calça curta”.