Setor de infraestrutura vive entusiasmo e vê ciclo atual como o mais promissor desde 1970
Executivos do setor de infraestrutura celebram um ciclo de investimentos sem precedentes no Brasil, com a expectativa de atração de R$ 750 bilhões em projetos. No entanto, desafios como a elevação da tributação sobre debêntures incentivadas e a reforma tributária geram preocupações sobre a sustentabilidade desse crescimento.
Setor de infraestrutura brasileiro em alta
Executivos e líderes do setor afirmam que o Brasil vive um ciclo vigoroso de investimentos, favorecido pela entrada de capital privado e articulação pública.
No evento do Lide, Venilton Tadini, presidente da Abdib, destacou que não se via um ciclo assim desde a década de 1970.
O PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), criado no governo Michel Temer, foi crucial para atrair investimentos. Atualmente, existem 550 projetos prontos para licitação, totalizando R$ 750 bilhões.
"É o maior programa de infraestrutura do mundo", afirmou Tadini, prevendo quase R$ 300 bilhões em investimentos este ano.
Executivos, como André De Angelo, da Acciona Brasil, destacaram que o Brasil lidera em projetos estruturados, mas afirmou que é necessário aumentar recursos investidos, já que o montante atual mal mantém a infraestrutura existente.
Carlos Piani, da Sabesp, falou sobre a busca global por ativos protegidos por inflação, o que poderia favorecer investimentos no setor.
Marco Aurélio Barcelos, da ABCR, apontou que o Brasil vive seu melhor momento em infraestrutura e que devem surgir muitas oportunidades no setor de rodovias e saneamento.
No entanto, desafios surgem. Tadini e Barcelos criticaram a recente MP que aumentou a tributação sobre debêntures incentivadas, o que, segundo eles, pode afetar a sustentabilidade do ciclo de investimentos. Tadini afirmou que a medida "beira a irracionalidade".
Barcelos também mencionou os impactos da reforma tributária sobre contratos existentes, reforçando a necessidade de cuidar da sustentabilidade do fluxo de caixa das concessionárias.