Setor de energia teme que caso Abin impeça redução da tarifa de Itaipu
Espionagem da Abin pode agravar já complexa negociação sobre tarifas da usina Itaipu. Setor de energia teme que situação leve ao aumento dos custos de eletricidade no Brasil.
Setor de energia teme impactações financeiras devido a denúncias de espionagem envolvendo Itaipu e autoridades paraguaio. As negociações do Anexo C estão suspensas, sendo esta uma parte crucial do acordo bilateral.
A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) é acusada de invadir computadores do governo paraguaio para obter informações sobre custos da usina. O governo Lula nega a ação, atribuindo a autorização à gestão anterior.
O presidente paraguaio mencionou que a espionagem "abre velhas feridas", referindo-se à história do conflito entre os países. Isso pode ser usado como argumento a favor do Paraguai em negociações futuras sobre Itaipu.
Paulo Pedrosa, presidente da Abrace, acredita que o vazamento de informações afetará diretamente as discussões sobre energia. O Paraguai tem historicamente se beneficiado de negociações em Itaipu, obtendo tarifas mais baixas do que o Brasil.
O acordo tarifário, fechado entre abril e maio do ano passado, prejudica os consumidores brasileiros, elevando o Cise (Custo Unitário dos Serviços de Eletricidade). Além disso, o acordo de três anos garantiu US$ 1,5 bilhão para uso livre entre os dois países.
O Brasil enfrenta problemas de transparência na gestão de recursos de Itaipu, contrastando com o Paraguai, onde há maior supervisão pública. Este cenário gera preocupações sobre futuras consequências negativas para consumidores brasileiros.
O Ministério de Minas e Energia autorizou recentemente a importação de energia do Paraguai, levantando suspeitas entre especialistas sobre a legalidade dessa ação, já que a energia de Itaipu está contratada e paga.
Finalmente, um acordo de 2021 para criar uma comissão que monitorasse a contabilidade de Itaipu foi interrompido, exacerbando a falta de transparência.