Setor de energia solar vê prejuízo em proposta de Silveira para reduzir conta de luz de baixa renda
Empresários criticam proposta do MME que isenta consumidores de baixa renda da conta de luz. Setores de energia solar e industrial alertam para impactos negativos e falta de diálogo na elaboração da medida.
BRASÍLIA – Proposta do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, visa isentar consumidores de baixa renda da conta de luz, mas gerou críticas de representantes empresariais.
Geradores de energia solar apontam prejuízos com a redução de subsídios, enquanto grandes industriais temem por efeitos nos preços.
A proposta abrang e consumidores que utilizam até 80 kWh por mês, isentando-os totalmente da conta de luz. Para os que consomem até 120 kWh, haverá isenção da CDE, correspondente a até 12% do valor total. Os beneficiários devem ser cadastrados no Cadastro Único dos programas sociais.
O impacto estimado é de 1,4% nas tarifas dos demais consumidores. A ideia inicial era usar recursos do Fundo Social do Pré-Sal, mas essa opção foi vetada.
Setor solar poderá perder o benefício de não pagar o “custo do fio”. A proposta sugere encerrar a concessão não com o fim da outorga, mas com o término dos contratos, o que é visto como uma promessa de incerteza.
Rodrigo Sauaia, presidente da Absolar, declarou que essa mudança pode inviabilizar investimentos e afastar novos investidores em fontes renováveis.
A proposta também limita quem pode ser considerado autogerador de energia, restringindo a quem consome acima de 30 MW. A atual limitação é de menos de 5 MW.
A Abrace defendeu a cautela na proposta, alertando que a mudança pode transferir custos para os preços dos produtos. A União pela Energia, com 42 associações de 70 setores, criticou a falta de diálogo e pediu uma avaliação mais ampla das medidas.
Destacou-se que políticas públicas inclusivas são necessárias, mas sem esquecer a sustentabilidade econômica e a reforma do setor elétrico.