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Setor de energia opera entre a inovação e o risco

A discussão sobre a volta do horário de verão no Brasil destaca não apenas os desafios da matriz elétrica, mas também as oportunidades criadas pela transição rumo a fontes de energia renováveis e armazenamento. Especialistas alertam que a modernização da regulação é crucial para atender a crescente demanda e garantir a estabilidade do sistema elétrico.

Retorno do Horário de Verão em Debate

A possível volta do horário de verão no Brasil é discutida em meio a novos desafios da matriz elétrica, que não conta com essa medida desde 2019. O setor enfrenta mudanças significativas devido à expansão da geração descentralizada e ao aumento das fontes renováveis, como solar e eólica, que hoje respondem por cerca de 30% da eletricidade.

Quando o sol se põe, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) deve acionar até 30 gigawatts de outras fontes rapidamente. Adotar o horário de verão poderia facilitar essa transição, ajudando a atender a demanda no fim da tarde, especialmente entre 2026 e 2029, quando a folga operacional será reduzida.

Mudanças Regulatórias e Oportunidades

O marco regulatório está completo com 21 anos e pressões aumentam por atualizações. O Brasil pode realizar leilões periódicos de reserva de potência, com expectativa de um leilão ainda este ano ou em 2026. Geradores térmicos estão otimistas em destravar negócios e garantir estabilidade no sistema.

  • Baterias emergem como solução para armazenar energia e equilibrar a rede.
  • O edital para o primeiro leilão de sistemas de armazenamento pode ser anunciado ainda este ano.
  • A transformação do sistema precisa de uma nova figura regulatória: o Operador do Sistema de Distribuição.

Aumento da Demanda por Data Centers

Data centers, embora representem atualmente menos de 1% da demanda de energia, podem quintuplicar seu consumo em dez anos. A Eletrobras já investe em uma micro-rede elétrica integrada a um data center em Casa Nova (BA), que será usado para testar a integração de novas tecnologias.

Regulação e Formação de Preços

O Brasil precisa de uma regulação mais eficiente e moderna. A capacidade operacional da Aneel foi alertada quanto a cortes orçamentários que podem enfraquecer sua atuação. Além disso, o sistema de formação de preços atual não é adequado para a crescente participação de fontes intermitentes.

Conclusão

A CCEE deve finalizar um estudo até 2025 para um novo modelo de formação de preços, que necessitará de mudança legal. Um sistema mais atualizado pode trazer eficiência e novas oportunidades de negócio.

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