Setor de carnes tem maior potencial de benefício com crise comercial, diz Marcos Jank
Brasil pode se beneficiar com aumento nas exportações agrícolas para a China em meio à guerra comercial, principalmente em carnes. Entretanto, a cautela do governo e a dinâmica sazonal das colheitas devem ser consideradas nas negociações futuras.
A guerra comercial entre EUA e outros países se intensifica, transformando-se em um duelo. Após o anúncio de uma pausa nas tarifas por Donald Trump, Canadá e União Europeia estão abertas para negociações, enquanto a China continua retaliando.
Brasil deve ganhar espaço no mercado chinês, especialmente em produtos agrícolas, como soja, milho e carnes. Os EUA são os principais concorrentes do Brasil nesse setor.
Marcos Jank, do Insper Agro Global, observa que, apesar de oportunidades, o crescimento em exportações de grãos pode não ser tão significativo quanto em 2017. Ele destaca: “Agora, não temos mais como crescer tanto em grãos.”
O Brasil exporta 50% de sua carne bovina para a China, enquanto os EUA enfrentam uma crise no segmento. Com a pausa de 90 dias nas tarifas, há potencial para os negócios brasileiros na China.
Jank adverte sobre a geopolítica que pode afetar as negociações e menciona que o governo brasileiro tem se mostrado cauteloso, o que é positivo, considerando a importância de ser um provedor confiável de alimentos.
Sobre o impacto das taxas de juros altas, Jank afirma que elas prejudicam o estímulo à produção, dificultando o acesso ao crédito e armazenagem adequada.
Para finalizar, a análise revela que a guerra comercial pode favorecer o Brasil, mas não sem desafios significativos.