Setor da carne bovina prevê perda de US$ 1 bilhão em seis meses com tarifa dos EUA e pede apoio ao governo
A nova tarifa de 50% imposta pelos EUA ameaça provocar uma queda nas exportações de carne bovina do Brasil e redirecionar a produção para outros mercados. A Abiec busca alternativas para minimizar os impactos negativos na cadeia produtiva.
Impacto das novas tarifas dos EUA:
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa, declarou que a nova tarifa de 50% imposta pelos EUA sobre produtos brasileiros, exceto carne bovina, terá um impacto de US$ 1 bilhão no segundo semestre de 2023.
A tarifa, anunciada por Donald Trump e que entra em vigor em 6 de agosto, combina-se com a alíquota atual de 26,4%, elevando a carga tributária total para mais de 76%. Esse cenário poderá comprometer as exportações para o segundo maior mercado de carne bovina do Brasil.
Perosa mencionou que, em 2025, o Brasil esperava exportar 400 mil toneladas de carne bovina para os EUA. A nova tarifa, no entanto, forçará o redirecionamento da produção para outros mercados ou para o mercado interno, podendo provocar queda de preços e prejuízos à cadeia produtiva.
Ele ressaltou que “um cliente bom, bom pagador, bom demandante” está sendo perdido. O vice-presidente Geraldo Alckmin estuda medidas para mitigar as perdas, incluindo novas linhas de financiamento ao setor exportador.
Perosa também mencionou que as negociações poderão continuar mesmo após a implementação da tarifa, já que os EUA já fizeram isso com outros países. A Abiec comentou positivamente sobre o prazo estendido para a entrada em vigor da tarifa em cargas já em trânsito, permitindo que cerca de 30 mil toneladas cheguem aos EUA sem a sobretaxa.
Finalmente, a Abiec enfatizou a importância do diálogo e da preservação do fluxo comercial com os EUA, comprometendo-se a trabalhar com o governo brasileiro e organismos internacionais para manter a competitividade da carne bovina e contribuir para a segurança alimentar global.