Sete fatores levaram à ‘tempestade perfeita’ que barrou diálogo e levou o Brasil ao tarifaço dos EUA
Tarifas de 50% impostas por Trump ao Brasil determinam um novo capítulo nas relações bilaterais, refletindo tensões políticas e econômicas. A falta de diálogo e a interferência no Judiciário brasileiro complicam ainda mais um possível acordo entre os países.
Donald Trump anunciou tarifas de 50% ao Brasil, que se oficializaram em 30 de agosto e entrarão em vigor no próximo dia 6. O cenário entre os dois países ficou complicado devido a fatores políticos, com a interferência dos EUA no Judiciário brasileiro e a postura do governo Bolsonaro.
Exceções nas tarifas foram motivo de comemoração, embora o impacto permaneça pesado. O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, destacou que “não é o pior possível”. Entre os fatores complicadores estão:
- A interferência dos EUA no STF e no caso do ministro Alexandre de Moraes.
- A divisão interna no Brasil, com apoio bolsonarista às punições.
- Os perfis contrastantes dos presidentes: Trump, um negociador duro, e Lula, ciente de sua força política.
Lula busca atribuir a culpa de qualquer dano econômico a Bolsonaro, usando isso como estratégia eleitoral. Enquanto isso, governadores da oposição estão imobilizados, temendo antagonizar a família Bolsonaro.
A falta de um embaixador dos EUA no Brasil e o desmonte das relações diplomáticas dificultam o diálogo. O governo americano subestimou o movimento bolsonarista, enfrentando dificuldades ao não ter seus pleitos atendidos.
Empresas brasileiras, voltadas a outros mercados, também perderam influência nas negociações. Além disso, Trump teme a expansão dos Brics, que desafia a hegemonia do dólar, considerando-a uma “perda de guerra mundial”.