Servidores públicos apontam cobranças indevidas após BRB comprar carteira do Master
Servidores públicos denunciam cobranças indevidas de dívidas desconhecidas no BRB após venda de carteira de crédito do Banco Master. A falta de comunicação entre as instituições gera confusão e revolta entre os afetados, que se viram surpresos com débitos que não reconhecem.
Venda de carteira de crédito causa confusão entre servidores
No ano passado, o Banco Master vendeu sua carteira de crédito ao BRB, resultando em queixas de servidores públicos que se tornaram devedores sem terem contratado empréstimos.
Quando buscaram esclarecimentos, foram informados que suas dívidas estavam ligadas à carteira do Banco Master, mesmo muitos negando qualquer relação com as instituições.
A assessoria do BRB não se manifestou. No final de março, o BRB adquiriu 49% das ações do Banco Master, e já tinha comprado carteiras de crédito totais de R$ 8 bilhões. Essa transação não exige aprovação do Banco Central.
As dívidas começaram a surgir no início deste ano, causando confusão por falta de comunicação prévia aos servidores sobre a transação.
Com mais de 1.383 reclamações no site Reclame Aqui, o Banco Master enfrentou problemas recorrentes de quitação de empréstimos. O BRB teve 7.239 queixas, principalmente por cobranças indevidas.
Casos de servidores sem dívida prévia incluem um professor baiano com quase R$ 5.000 e outro com R$ 57.000, ambos sem vínculo com a instituição.
O Credcesta, programa de crédito consignado, está no centro da questão, com usuários frequentemente jogados entre os dois bancos sem resolução clara.
Apesar das queixas, a Secretaria da Administração da Bahia afirma não ter conhecimento formal dos problemas citados.
O Banco Master já enfrentou ações legais por juros abusivos e envio de cartões não solicitados, e esteve sob investigação por parte do Ministério Público.