Serviços dão sinal de desaceleração
Crescimento dos serviços no primeiro trimestre de 2025 fica abaixo das expectativas, refletindo nuances na inflação do setor. O Banco Central deve considerar a incerteza do mercado de trabalho ao avaliar a política monetária futura.
Crescimento dos serviços: +0,3% no 1º trimestre de 2025 em relação ao último trimestre de 2024. Comparação anual: avanço de 2,1%, conforme divulgado pelo IBGE em 2/6.
Desempenho: abaixo das expectativas do mercado, indicando stabilização da inflação de serviços. A inflação anualizada foi de 5,73% em abril, caindo para 5,53% em maio.
Núcleos de inflação: piora leve; núcleo amplo subiu de 6,4% para 6,56% e núcleo restrito de 5,79% para 5,9% entre abril e maio. Essa piora já era esperada por conta de números baixos de 2024.
Expectativas: pico da inflação de núcleos projetado para o 4º trimestre de 2025, mas com possível desaceleração na margem.
Ambiguidades: Com o mercado de trabalho aquecido, a inflação de serviços não deveria subir. Essa incerteza complicará a política monetária do Banco Central (BC), que optou por manter opções em aberto em relação à Selic, atualmente em 14,75%.
PIC do PIB: Ao retirar o setor agropecuário, o crescimento observado no PIB é menos robusto do que o indicado pelo IBGE (1,4%). A desaceleração do 4º trimestre de 2024 não foi revertida. Projeções de crescimento para 2025 devem girar em torno de 2-2,5%, evitando 3%.
Importações e demanda: Descontando operações contábeis da Petrobras, o crescimento do PIB está próximo da extensão da demanda doméstica, algo raro recentemente. O resultado pode agradar ao BC, indicando um potencial pouso suave da economia.
Questões pendentes: Tentativas do governo de aumentar a política fiscal, risco de aquecimento do mercado de trabalho e a necessidade de análise contínua sobre a desaceleração econômica. O BC enfrentará incertezas significativas nos próximos trimestres.