Serviços às famílias refletem peso da inflação e menor confiança, diz Ibre
Setor de serviços mostra recuperação em fevereiro, mas inflação e queda na confiança do consumidor podem frear crescimento. Expectativas de desaceleração para o segundo semestre continuam, com destaque para o impacto nos serviços prestados às famílias.
Volume de serviços no Brasil cresceu 0,8% em fevereiro, compensando desempenho negativo de janeiro. Apesar disso, a perspectiva de desaceleração econômica deve se intensificar no segundo semestre.
Stéfano Pacini, economista da FGV Ibre, destaca o impacto da inflação e da menor confiança no setor de serviços prestados às famílias. A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE revisou a queda de janeiro de -0,2% para -0,6%.
Dentre os setores analisados, a informação e comunicação foi o que mais cresceu, com alta de 1,8% em fevereiro. Pacini ressalta que este setor continua em expansão e alcançando picos históricos.
Outros setores, como os profissionais e administrativos, também apresentaram alta após queda. O serviço prestado às famílias teve um crescimento de 0,5%, mas compensa uma queda de -3,3% em janeiro.
A confiança do consumidor está em queda, impactada pela inflação de alimentos e aumento da taxa de juros, afetando o volume de serviços prestados às famílias. Pacini aponta que o endividamento também é um fator crucial.
A expectativa é de uma **desaceleração da economia** no segundo semestre, especialmente nos setores cíclicos, devido a um mercado de trabalho enfraquecido e a juros em alta. A inflação pode ficar em torno de 5,5% a 5,6%.