'Sentimento de frustração', diz executivo do açúcar que foi aos EUA negociar tarifa
Executivo brasileiro relata frustração em missão nos EUA para discutir sobretaxa de 50% sobre o açúcar. Setor teme demissões e perda de competitividade devido a medidas protecionistas.
Dificuldades na negociação de sobretaxa de 50%
O executivo brasileiro Renato Cunha, presidente da Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio), enfrentou desafios para discutir a sobretaxa de 50% imposta pelo presidente Donald Trump.
Cunha participou de uma comitiva brasileira nos EUA, que incluiu senadores de diferentes partidos, como Jaques Wagner (PT) e Tereza Cristina (PP). O objetivo era abordar os efeitos negativos da medida, mas o resultado foi frustrante.
Quase 60% do valor importado do Brasil está fora da lista de exceções e será taxado a partir de 1º de agosto.
Cunha expressa preocupações sobre demissões no setor, que gera 270 mil empregos formais na indústria da cana-de-açúcar. O Brasil produz cerca de 44 milhões de toneladas de açúcar por ano.
A taxa de exportação, que anteriormente era zero até 150 mil toneladas, agora aumentou para 50%. Cunha critica a situação, destacando a falta de respeito por uma relação comercial de mais de 60 anos.
Apesar das dificuldades, ele planeja continuar as negociações. "Vamos negociar com altivez e segurança", afirmou.
O agronegócio é um dos setores mais afetados, com carnes, café e frutas inseridos na lista de produtos que sofrerão com a sobretaxa.
O anuncio das taxas visa lidar com as políticas do governo brasileiro, sendo as maiores medidas anunciadas para países exportadores.