Senador dos EUA diz que tarifar comprador de petróleo russo em 500% é draconiano, mas necessário
Senador americano promete sanções severas contra países que compram petróleo russo, defendendo tarifas de 500%. A proposta visa aumentar a pressão sobre aliados da Rússia e já conta com amplo apoio no Senado dos EUA.
Lindsey Graham, senador americano, propõe uma tarifa de 500% para países que compram petróleo russo, qualificando o projeto de draconiano.
Em entrevista ao Frankfurter Allgemeine Zeitung, Graham disse: "Nós amamos tarifas", ao ser questionado sobre a sanção que mira o Brasil, que importa cerca de 70% do diesel da Rússia.
Embora não cite o Brasil diretamente, o senador usa a China como exemplo, afirmando que a interrupção das compras de petróleo russo por Pequim poderia paralisar a máquina de guerra de Putin.
A Rússia, após a invasão da Ucrânia, se adapta com um sistema clandestino de transporte de petróleo, com empresas brasileiras dizendo que sanções atuais não afetam o mercado nacional.
A sanção secundária proposta obrigaria os EUA a impor tarifas de 500% nas importações de produtos de países que compram combustível russo. Graham admite que "no fim das contas, haverá exceções".
O senador relata que essa cifra foi escolhida para ecoar a política de Donald Trump e destaca que existem países da UE que ainda dependem de combustível russo, mas que ajudam a Ucrânia.
O discurso de Graham contrasta com a posição dos BRICS, incluindo o Brasil, que defendem uma negociação de paz. Ele menciona a possibilidade de que sanções possam unir mais China e Moscou.
A expectativa é que o projeto entre na pauta do Senado americano na próxima semana, já com o apoio de 82 dos 100 senadores.
Graham ainda conversou com Ursula von der Leyen, presidenta da Comissão Europeia, sobre a possibilidade de que a UE adote sanções baseadas em seu projeto, enquanto Bruxelas prepara um 18º pacote de sanções.