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Sem regulação, desinformação cresce enquanto Congresso brasileiro resiste à legislação sobre redes sociais

A influência das redes sociais no comportamento brasileiro é alarmante, com o país liderando em uso diário. Especialistas alertam para a falta de regulamentação, que permite a disseminação de desinformação e crimes virtuais sem controle.

Uso de Redes Sociais no Brasil

O Brasil ocupa a terceira posição mundial em uso de redes sociais, com média de 3h e 37 minutos diários, superando a média global de 2h e 23 minutos. Em comparação, países europeus e o Japão registram tempos significativamente inferiores.

As redes sociais têm impactado o comportamento da população, contribuindo para incitação à violência, racismo, misoginia e disseminação de fake news. Isso ficou evidente em eventos como a tentativa de golpe em 8 de Janeiro e ataques a escolas.

Marie Santini, do Netlab da UFRJ, destaca a falta de regulamentação nesse setor, descrevendo-o como “uma terra sem lei”. A situação é alarmante, especialmente entre jovens, que gastam mais tempo em plataformas digitaiis do que em outras nações, segundo relatório do Pnud.

Claudio Providas, chefe do Pnud no Brasil, enfatiza a preocupação com a saúde mental dos jovens, alertando para a pressão associada ao uso excessivo de redes.

Concentração no Setor

A concentração de grandes plataformas é preocupante. Três ou quatro big techs possuem patrimônio superior ao PIB de muitos países em desenvolvimento. Providas questiona como isso afeta a independência da informação.

As ações dessas empresas estão em alta, com o valor da Nvidia subindo 1.398% nos últimos nove meses, em contraste com o modesto crescimento de índices americanos.

Além disso, as fake news têm alterado comportamentos sociais, como observado durante a pandemia e com recentes notícias falsas sobre o Pix. Apesar disso, as gigantes da tecnologia atuam sem regulamentação específica no Brasil.

Após a falha do PL 2630, o governo apresenta um novo PL antitruste, inspirado na legislação da União Europeia, que já multou a Apple e a Meta em USD 800 milhões.

Renata Mielli, do Comitê Gestor da Internet, pede a urgência na regulação, afirmando que a circulação de informações não pode ser controlada de forma opaca.

Desafios de Regulação

Experiências de regulação em outros países não podem ser simplesmente copiadas para o Brasil. Bia Barbosa, do CGI.br, ressalta que o país enfrenta desafios próprios, como a falta de acesso à educação digital.

Ela destaca a urgência em avançar na regulação das plataformas para evitar a disseminação de informações enganosas e suas consequências.

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