Sem consenso, declaração da Celac critica sanções e guerra comercial
Cúpula da Celac critica sanções dos EUA e reafirma apoio ao Haiti, mas enfrenta resistência de Paraguai, Argentina e Nicarágua. A declaração final visa fortalecer a integração da América Latina e Caribe, destacando a necessidade de respeito à soberania dos países da região.
9ª Cúpula da Celac: Realizada em Honduras, publicou declaração final criticando sanções econômicas e a guerra comercial iniciadas pelos EUA.
A declaração defende a indicação de um representante da América Latina ou do Caribe para a ONU e reafirma apoio ao Haiti, que enfrenta grave crise humanitária. Gangues controlam mais de 80% da capital, Porto Príncipe.
No entanto, Paraguai, Argentina e Nicarágua não assinaram o documento. Para especialistas, a Argentina mantém alinhamento com os EUA sob a presidência de Donald Trump.
A Celac é a única organização que reúne os 33 países latino-americanos e caribenhos, essencial para a integração regional.
A declaração reafirma o compromisso de fortalecer a Celac como um mecanismo de coordenação política e destaca a região como uma “zona de paz”. Também defende a não ingerência em assuntos internos e repudia medidas coercitivas unilaterais.
Medidas coercitivas incluem sanções aplicadas pela EUA a Venezuela, Cuba e Nicarágua, além da guerra de tarifas iniciada por Trump.
O professor Roberto Goulart Menezes da UnB afirma que a Argentina, sob o governo de Javier Milei, alinha sua política externa com os EUA, o que explica sua rejeição ao documento. O Paraguai contestou termos da declaração, possivelmente em resposta a rumores de espionagem brasileira.
O Ministério das Relações Exteriores do Paraguai criticou a ausência de consenso na declaração, afirmando que “consenso suficiente” não existe no direito internacional.
Sobre a Nicarágua, Menezes observa um crescente isolamento no cenário internacional. O Brasil, sob a liderança de Lula, expressou que um único país não deve determinar a aceitação de um documento por todos os membros da Celac.