Sell in may and go away? Por que bolsa, dólar e juros “azedaram” no último dia do mês
Perdas nos ativos brasileiros marcam o encerramento de maio, em meio a tensões comerciais e incertezas fiscais. Apesar do recuo momentâneo, analistas continuam otimistas quanto ao potencial de valorização a médio e longo prazo.
Última sessão de maio marca perdas nos ativos brasileiros, relembrando o bordão do mercado: “sell in may and go away”.
Fechando o mês, o Ibovespa caiu 0,76%, alcançando 137.476 pontos; o dólar superou R$ 5,70.
No mercado de renda fixa, títulos atrelados à inflação apresentam prêmios altos. Exemplos incluem:
- Tesouro IPCA+ 2029: 7,42% de juro real
- 2040: 7,01%
- 2045: 7,11%
- 2060: 7,07%
- IPCA+ 2035: 7,22%
- IPCA+ 2045: 7,11%
Fatores externos impactando o mercado:
- Tarifas: Donald Trump acusa a China de violação de acordo, reacendendo temores de guerra comercial.
- Pacote fiscal: Item obscuro no projeto de Trump pode aumentar impostos sobre rendimentos de países com políticas fiscais "discriminatórias".
- Inflação nos EUA: Índice PCE subiu 0,1% em abril, com alta anual de 2,1%; sem sinais claros de efeitos das tarifas nos dados.
Combinando fatores locais e externos, o mês termina com alertas para junho, mas com otimismo no mercado brasileiro.
Analistas do Morgan Stanley apontam quatro pilares para novas altas: momentum positivo, redução das taxas de juros, baixo posicionamento de investidores e avaliações atrativas.
Mesmo com alta recente de 19% no ano, o Brasil ainda está atrás de países como Colômbia, México e Chile.
Apesar de um PIB forte (+1,4%) e o Brasil em segundo lugar global em crescimento, a expectativa é que a atividade recue, sem impactos na Selic, que deverá permanecer em 14,75% ao ano.