“Sell in May and go away?” Bradesco BBI diz que velho ditado do mercado segue válido
Relatório do Bradesco BBI confirma a sazonalidade negativa das bolsas durante os meses de maio a outubro. Apesar disso, o banco se mostra otimista com os fundamentos econômicos da América Latina, em especial Argentina e México.
Relatório do Bradesco BBI confirma a validade do ditado de Wall Street: “sell in May and go away”. O fenômeno do desempenho fraco das bolsas de maio a outubro é real e global, com retornos mensais entre esses meses sendo apenas um quinto dos registrados de novembro a abril.
Os analistas explicam que isso se deve ao calendário corporativo das grandes economias, refletindo menor liquidez e maior sensibilidade a choques durante o verão do Hemisfério Norte. No Hemisfério Sul, a sazonalidade existe, mas em menor intensidade, com o Ibovespa apresentando média de 2,2% entre novembro e abril e apenas 0,3% de maio a outubro.
Importante notar que 80% dos ativos globais estão no Hemisfério Norte, impactando os mercados emergentes como o Brasil, onde investidores estrangeiros influenciam o fluxo de capital.
O Bradesco BBI se mostra otimista com a América Latina, destacando a Argentina e o México. A Argentina se beneficia de reformas, enquanto o México possui empresas com forte poder de precificação.
No Brasil, a expectativa é de redução de risco, com possíveis cortes de juros e foco em setores sensíveis à taxa Selic. O banco mantém uma posição neutra em relação ao Brasil, mas enxerga pontos de inflexão que podem atrair investidores.
A desaceleração econômica e o início do ciclismo eleitoral de 2026 são monitorados. Setores de utilidades cíclicas e compresas de mercados de capitais aparecem como possíveis beneficiários deste cenário.
O relatório destaca a sazonalidade como um fator a ser considerado em estratégias de investimento, mas acredita que os fundamentos econômicos da América Latina podem superar os efeitos de curto prazo.