Selic ficará alta por “período bastante prolongado”, diz Galípolo
O presidente do Banco Central ressalta que a Selic permanecerá alta para controlar a inflação, apesar da dinâmica surpreendente da economia. Galípolo alerta que uma discussão sobre a redução da taxa ainda não está na agenda da autoridade monetária.
Presidente do BC, Gabriel Galípolo, afirmou que a taxa Selic deverá permanecer em nível restritivo por um “período prolongado”.
Ele alertou que agentes financeiros não devem “se emocionar” com dados econômicos de curto prazo, enfatizando a intenção de manter um aperto monetário.
Durante o 12º Annual Brazil Macro Conference, em São Paulo, Galípolo destacou que a discussão sobre a inflacão se tornará mais relevante. A taxa atual é de 14,75% ao ano, mas ele minimizou a importância da calibragem.
O presidente ressaltou que a desaceleração econômica é necessária para atingir a meta de inflação de 3%. Questionado sobre a possível queda da Selic, ele disse que essa discussão ainda não ocorreu no Comitê de Política Monetária.
A inflação acumulada foi de 5,53% em 12 meses até abril, e o Banco Central pretende controlar o aumento de preços. Quanto ao juro real ex-ante, a estimativa é de 8,65% para os próximos 12 meses.
Galípolo notou um estranhamento entre investidores sobre a resiliência da economia brasileira, com a taxa de desemprego atingindo o menor nível histórico no 1º trimestre.
O presidente defendeu a desobstrução dos canais de transmissão da política monetária, que, segundo ele, não estão funcionando com a mesma fluidez que em outros países.
Há uma expectativa de que uma possível ampliação dos gastos públicos possa ocorrer em resposta à desaceleração econômica. Galípolo considerou o tema complexo e enfatizou a necessidade da comunicação clara do BC sobre suas metas.
Ele ainda comentou que o cenário global é incerto, com dúvidas sobre as tarifas comerciais a serem implementadas, tornando a aplicação prática dessas tarifas desafiadora.