Selic ficará alta por “período bastante prolongado”, diz Galípolo
Banco Central mantém Selic em nível restrito para controlar inflação e propõe cautela em análises econômicas. Presidente Galípolo destaca a necessidade de um longo período de aperto monetário e ressalta a resiliência da economia brasileira.
Presidente do BC, Gabriel Galípolo, afirma que a taxa Selic permanecerá em nível restrito por um “período bastante prolongado”.
Durante sua participação na 12ª Annual Brazil Macro Conference, promovida pelo Goldman Sachs em São Paulo, Galípolo destacou que os agentes financeiros não devem se emocionar com dados econômicos de curto prazo, pois a inflação deve ser controlada a longo prazo.
A discussão sobre o tempo para reduzir a inflação à meta será priorizada, enquanto a calibragem da taxa (14,75% ou 15,00%) será minimizada. Ele mencionou a necessidade de reunir dados para confirmar tendências, ressaltando que a desaceleração da economia é essencial para atingir a meta de 3% para a inflação.
Sobre uma possível queda da Selic, Galípolo afirmou que essa discussão ainda não foi feita no Comitê de Política Monetária. Ele reiterou: “Precisamos manter a taxa de juros em um patamar bastante restritivo”.
A inflação em abril foi de 5,53% e espera-se que o IPCA fique fora do intervalo de tolerância em junho. O BC aumentou a taxa básica para combater a alta dos preços e atingir a meta.
Galípolo também tratou da resiliência da atividade econômica do Brasil, apesar da alta taxa de juros. Ele admitiu que parte dos canais de transmissão da política monetária está desobstruída e que reformas são essenciais para melhorar essa situação.
Ele abordou a possibilidade de ampliação de gastos públicos como resposta à desaceleração, mas reconheceu a complexidade desse tema. Galípolo enfatizou o compromisso do BC em seguir a meta de inflação com as taxas de juros necessárias e alertou para a incerteza internacional em relação às tarifas comerciais.
Resumo: Galípolo reafirma que a Selic ficará alta por bastante tempo, prioriza a luta contra a inflação e reconhece a complexidade das políticas econômicas vigentes.