Selic a 15% derruba da cama quem sonha com a casa própria
A alta da Selic tem dificultado a aquisição de imóveis, levando a um aumento no valor das entradas e na pressão sobre os orçamentos dos consumidores. Com a construção também afetada, o sonho da casa própria se torna cada vez mais distante para muitos brasileiros.
Juros altos afetam financiamentos imobiliários no Brasil
A Selic está em 15% ao ano, impactando negativamente o sonho da casa própria para muitos brasileiros. A alta taxa de juros tem dificultado o acesso ao crédito, tanto para potenciais compradores quanto para o setor de construção.
A Caixa Econômica Federal reporta uma queda nos contratos de aquisição de imóveis desde setembro do ano passado, com o valor total de contratos passando de R$ 61,3 bilhões para R$ 63,4 bilhões entre trimestres. Contudo, o início de 2025 trouxe novas quedas.
A taxa de juros futura influencia o custo do crédito imobiliário de longo prazo. Os bancos ajustam suas taxas antecipadamente. O FGTS é a principal fonte de crédito, especialmente para beneficiários do Minha Casa Minha Vida (MCMV), que enfrenta menos variações em sua taxa.
O financiamento por poupança tem custos atrelados à captação. Quando os limites de uso são atingidos, os bancos elevam as taxas, tornando o crédito ainda mais caro.
Construtoras estão enfrentando dificuldades, pois os bancos preferem financiar compradores em vez delas, resultando em custos elevados repassados aos consumidores.
Histórias de sonho desfeito:
- Júlia Geraldes, gerente de projetos em SP, tem dificuldades para encontrar um apartamento com perfil desejado devido a altos valores de entrada e preços de unidades.
- Priscila Lima, professora em João Pessoa, enfrenta exigências de entrada em torno de R$ 50 mil a R$ 60 mil, adiando seu sonho.
Desde outubro, a Caixa aumentou as exigências de entrada, com quem opta pelo sistema SAC passando de 20% para 30% e pelo Price subindo de 30% para 50%.
Analistas como Guilherme Baía afirmam que a inflação e a Selic alta tornam o sonho da casa própria cada vez mais distante, exigindo mais tempo para reunir a entrada e considerar o futuro na escolha do imóvel ideal.