Seis setores da indústria dizem não ter como redirecionar bens comprados pelos EUA
Setores industriais brasileiros alertam sobre os riscos da sobretaxa de 50% imposta pelos EUA, destacando a impossibilidade de redirecionamento das exportações. As consequências podem incluir cancelamentos de pedidos e perda significativa de empregos em várias indústrias.
Reunião entre Indústria e Governo: No dia 15 de outubro, foi realizada uma reunião para discutir a sobretaxa de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros. Setores industriais mostraram preocupação com o impacto crítico, sem opção para redirecionar vendas.
Setores em destaque: Seis setores foram notórios em suas posições:
- Abimaq: Exporta US$ 4 bilhões/ano para os EUA, sem alternativa de redirecionamento.
- Abicalçados: 22% das exportações para os EUA; já há cancelamentos de pedidos e possível perda de 12 mil empregos.
- Sindifer: 68% da produção exportada, 85% para os EUA; sem possibilidade de redirecionamento.
- Sindipeças: Reforçou a dependência do mercado americano; vendas não podem ser redirecionadas.
- Abimóvel: 27% das exportações do setor para os EUA; teme perda para concorrentes chineses.
- Abrafi: 50% da produção exportada, 20% para os EUA; sem novos mercados viáveis.
Outros setores: A Abimci expressou dependência do mercado americano na construção civil. O Instituto Aço Brasil ressaltou que o Brasil é o segundo maior exportador de aço para os EUA. A Abal indicou que já enfrenta tarifas de 25% e uma queda de 25% nas exportações no primeiro semestre.
Embraer: 30% da receita provém dos EUA, onde a tarifa zero foi elevada para 10% e pode chegar a 50%, inviabilizando negócios. A empresa destacou sua interdependência industrial, com 45% dos componentes vindos dos EUA.
CNI e proposta de adiamento: Todos os setores apoiaram a proposta da CNI para solicitar aos EUA um adiamento de 90 dias na aplicação das tarifas, visando negociar uma solução definitiva.