Segurar o yuan ou desvalorizar moeda para compensar tarifas dos EUA? Entenda o dilema da China
China enfrenta decisão crítica sobre o yuan em meio a pressões da guerra comercial com os EUA. A desvalorização pode estimular exportações, mas traz riscos de instabilidade econômica e sanções adicionais.
China enfrenta decisão crítica na guerra comercial com os EUA: manter controle do yuan ou deixá-lo se enfraquecer.
Nesta segunda-feira, Pequim enfraqueceu a taxa de referência do yuan, aproximando-se de 7,20 por dólar, nível protegido desde a eleição de Trump. Essa ação gera expectativas de que a China pode permitir a quebra dessa barreira para impulsionar exportações.
O fixing do yuan limita seus movimentos em 2% para cada lado. A volatilidade nos mercados financeiros chineses deve aumentar, independentemente da decisão do banco central.
Desvalorização abrupta do yuan pode agravar a saída de capitais e antagonizar os EUA, mas manter a taxa forte pode prejudicar as exportações e a economia, que já enfrenta dificuldades.
Analistas como Joey Chew, do HSBC, indicam que um certo grau de desvalorização é esperado devido a desequilíbrios no mercado cambial e possíveis ações do banco central.
Com a pressão das tarifas americanas, expectativas de novas medidas de estímulo aumentam, enquanto os rendimentos dos títulos públicos da China caem para mínimas históricas.
O presidente Trump ameaçou impostos adicionais de 50% sobre importações chinesas se a resposta da China às tarifas não for retirada.
Previsões de queda no yuan estão aumentando, com o Wells Fargo prevendo uma possível desvalorização de 15% em dois meses. Outros estimam uma queda de até 30% se a China direcionar o yuan. Contudo, muitos acreditam que a desvalorização será gradual.
O banco central possui várias ferramentas para conter a volatilidade do yuan e, segundo estimativas, a banda inferior do yuan ficará em torno de 7,35 caso o fixing permaneça em 7,20. Estratégistas do Citigroup preveem que o fixing poderá subir nos próximos dias.