Secretário-geral da ONU rejeita plano de Israel de controle da ajuda humanitária em Gaza
Guterres critica proposta israelense e reafirma a necessidade de respeitar os princípios humanitários na entrega de ajuda a Gaza. Ele destaca a urgência de um cessar-fogo e acesso humanitário total para a população afetada.
António Guterres, secretário-geral da ONU, rejeitou proposta de Israel para gerenciar ajuda humanitária em Gaza nesta terça-feira (8). Ele alertou que isso poderia “controlar ainda mais e limitar cruelmente a ajuda”.
Guterres enfatizou: “Não participaremos de nenhum acordo que não respeite totalmente os princípios humanitários”. Desde 2 de março, nenhum mantimento externo chega a Gaza, com cerca de 2,1 milhões de habitantes.
Israel condicionou a entrada de suprimentos à libertação de reféns pelo Hamas. A Cogat, agência militar israelense, propôs “um mecanismo estruturado de monitoramento e entrada de ajuda” para garantir que a assistência não seja desviada.
Entretanto, Jonathan Whittall, da ONU, afirmou que não há evidências de desvio de ajuda. Guterres, ao pedir a libertação de reféns e um cessar-fogo, destacou a situação crítica em Gaza: “Gaza é um campo de extermínio”.
Ele ressaltou que Israel, como potência ocupante, tem obrigações sob o direito internacional, incluindo garantir a alimentação, assistência médica e padrões de saúde pública em Gaza. Guterres afirmou: “Nada disso está acontecendo hoje”.
A guerra teve início em 7 de outubro de 2023, após ataques do Hamas resultarem na morte de 1.200 israelenses e aproximadamente 250 reféns. A resposta israelense resultou em mais de 50.000 palestinos mortos, segundo autoridades de saúde de Gaza.