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‘Se Trump quer um acordo, o caminho não é intimidar a China’

David Daokui Li analisa a postura da China em relação às tarifas americanas e as possibilidades de negociação entre os dois países. O economista propõe um aumento no consumo interno e enfatiza a importância do comércio com o Brasil para enfrentar a crise comercial.

David Daokui Li, professor de Economia da Universidade Tsinghua, em Pequim, e ex-membro do comitê de política monetária do Banco Central chinês, concedeu uma entrevista ao Valor sobre as tensões comerciais entre China e Estados Unidos.

Li destacou que a China não se intimidará pelas ameaças de Trump, afirmando que “lutará até o fim”. A diplomacia deve ocorrer em sessões a portas fechadas, em vez de exposição pública.

O economista propôs três passos para a China:

  • Estimular o consumo interno, propondo aumentar a pensão dos aposentados de US$ 30 para US$ 130.
  • Aprofundar o relacionamento com o Brasil e promover mais compras de produtos brasileiros.
  • Negociar com os EUA de forma pragmática e discreta.

Sobre os impactos das tarifas, Li afirmou que as tarifas dos EUA não afetarão significativamente as famílias chinesas, pois os produtos americanos não são essenciais para os consumidores na China.

Ele previu que, mesmo com o fechamento do mercado americano, a meta de crescimento do PIB da China permanecerá em 5%, com um foco no estímulo ao consumo.

Li concluiu apontando que a política de Trump pode, paradoxalmente, beneficiar a China a longo prazo, forçando-a a se abrir mais para o comércio e a estimular seu consumo interno.

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