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Se parar a Selic agora, BC ‘não fará o trabalho,’ diz Kanczuk

Economista defende novo aumento da Selic para evitar distorções na curva de juros. Segundo ele, manutenção da taxa atual pode resultar em pressão sobre o custo do crédito e expectativas de inflação.

A Selic está em seu nível mais alto em 19 anos, com taxa de 14,75% e juros reais acima de 8%. Fabio Kanczuk, ex-diretor do Banco Central, sugere nova alta de 0,25% na próxima reunião do Copom.

A justificativa para essa medida é evitar um fechamento acentuado da curva curta de juros, a principal referência para o custo do crédito, com expectativas de inflação acima da meta de 3%.

Embora o Banco Central inicialmente indicasse a interrupção do ciclo de alta, Kanczuk acredita que essa proposta pode ser revista devido à pressão de especialistas sobre a necessidade de manter o aumento dos juros.

Ele ressalta que o juro de mercado é o que realmente impacta a economia, e com a atual curva invertida, uma alta adicional poderia mudar as expectativas do mercado.

O economista critica a projeção de inflação do Copom, que prevê 4,8% para este ano e 3,6% para 2026, questionando a lógica de parar com essas projeções.

Kanczuk acredita que a a situação fiscal do Brasil é preocupante, pior do que durante o governo Dilma, o que contribui para a elevação dos juros. Ele defende que o juro real neutro é de 8%, em contrapartida à estimativa de 5% do Banco Central.

Entre os principais fatores que explicam os altos juros no Brasil, ele cita:

  • Fraco cenário fiscal
  • Crédito subsidiado, muito impactado por fundos de infraestrutura
  • Aposentadorias generosas, que desincentivam a poupança privada

Por fim, Kanczuk enfatiza a importância do trabalho de comunicação do Banco Central para coordenar expectativas e evitar desestabilizações futuras no mercado.

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