Se Lula se incomodasse com fraude na Venezuela, deveria ter mantido pressão, diz Capriles
Henrique Capriles critica a estratégia de boicote da oposição e defende sua participação nas eleições legislativas como forma de dar voz aos descontentes na Venezuela. A entrevista destaca os desafios enfrentados pela oposição diante da repressão e a necessidade de uma atuação eficaz no Parlamento.
Chavismo controla Assembleia Nacional da Venezuela novamente, em eleições marcadas por baixa participação e boicote da oposição. Enquanto a maioria dos opositores se ausentou, o ex-candidato presidencial Henrique Capriles decidiu participar e foi eleito.
Capriles afirmou que a abstenção "foi um presente para a ditadura" e que seu objetivo é "recolocar a voz dos descontentes" no Parlamento. Ele criticou o silêncio da comunidade internacional e chamou o presidente do Brasil, Lula, para pressionar Maduro.
Segundo Capriles, a estratégia de boicotar as eleições fracassou. Ele desconfia dos números do Conselho Nacional Eleitoral, que minimiza a abstenção. Criticou opositores que vivem no exílio, ressaltando a importância de atuar em política para evitar a guerra.
Capriles busca formar um bloco opositor na Assembleia, afirmando que sua entrada é responsabilidade política. Ele reconhece a apatia atual da população e pretende lutar pela liberação de presos políticos.
Sobre o papel dos EUA, ele discorda da expectativa de que Trump resolva a situação da Venezuela, afirmando que a mudança deve vir dos venezuelanos. Capriles expressou preocupação com possível perseguição antes da posse.
Ele criticou a falta de pronúncia do governo brasileiro nas eleições, ressaltando a importância do impacto das mesmas na vida dos venezuelanos no exterior.
Henrique Capriles, 52 anos, é uma figura importante da oposição venezuelana, já tendo sido presidente da Câmara e candidato à presidência.