'Se for para morrer, que seja tentando sobreviver', dizem pescadores de Gaza após proibição de acesso ao mar
Proibição de acesso ao mar e ataques a civis em Gaza intensificam crise humanitária. Com hospitais lotados e fome crescente, pescadores e suas famílias enfrentam perigos diários em busca de sobrevivência.
Exército de Israel reafirma proibição de acesso ao mar para pescadores da Faixa de Gaza em 12 de julho, aumentando a ameaça de fome entre sobreviventes.
Quem desobedece é alvo de tiros.
No domingo (20), tiros do Exército israelense deixaram ao menos 93 mortos em local de distribuição de ajuda humanitária, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas. Israel contesta a informação.
Pela praia de Gaza, barracas agora abrigam centenas de famílias em fuga. Hussein Abou Hussein, refugiado, comenta: "Era uma área turística. Agora, é proibido ir no mar."
O porta-voz do Exército israelense, Avichay Adraee, reiterou a proibição em mensagem na plataforma X. Ele advertiu que "entrar no mar coloca vidas em perigo."
Mohamed El Hessi, 73, destaca a rotina perigosa: "Todos os dias atiram contra nós." O filho Hazem mantém a tradição de pesca, afirmando: "Continuamos, pois não temos outra opção."
No incidente do domingo, as mortes ocorreram no norte de Gaza, enquanto a multidão aguardava ajuda humanitária, com o Exército israelense disparando contra eles. A ONU informou que 25 caminhões de ajuda deveriam entrar em Gaza, condenando a violência contra civis famintos.
Embora o Exército israelense reconheça os disparos, afirma que foi em autodefesa. As investigações sobre o incidente ainda estão em andamento.
No mesmo dia, forças israelenses ordenaram o esvaziamento do centro de Gaza e da zona sul de Deir al Balah, que também não está livre de bombardeios.