Se depender de Lula, diálogo é para ontem, diz Alckmin sobre tarifaço
Alckmin destaca a urgência de diálogo com os EUA sobre tarifas, mas ressalta a necessidade de preparação. O ministro classifica as taxações como "injustificáveis" e afirma que o governo brasileiro trabalhará para mitigar impactos econômicos.
Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Mdic, afirmou que "se depender de Lula, o diálogo é para ontem" em relação às tarifas de 50% impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
Alckmin destacou que, embora haja disposição para a conversa, a interação direta entre os líderes depende de preparação. Ele declarou que as negociações entre Brasil e EUA continuarão, mesmo após Trump assinar o decreto que confirma as tarifas.
O ministro considerou as taxações “injustificáveis”, apontando que os EUA possuem superavit em relação ao Brasil. Ele observou que 35,9% das exportações brasileiras para os EUA serão afetadas pela nova tarifa, enquanto 45% estão isentas.
Produtos como suco de laranja e aeronaves civis estão entre os isentos. Alckmin não soube dizer o impacto exato da tarifa nos preços dos produtos agrícolas, mas indicou que haverá aumento da oferta no mercado interno brasileiro se a medida não for revertida.
Ele enfatizou: “Vamos trabalhar para preservar empregos, produções e para avançar em abertura de mercados”. Sua participação no programa faz parte da estratégia do governo para explicar a situação à população.
Trump anunciou o tarifaço como parte de uma agenda protecionista e em resposta à “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. O pacote afeta setores como aço, carne bovina e máquinas agrícolas.
O decreto original previa início na 1º de agosto, mas foi adiado após pressão de setores empresariais e da diplomacia brasileira. Os EUA publicaram uma lista de isenções, mas as tarifas foram vistas como resposta política à aproximação de Lula com China e Rússia.
Além das tarifas, Trump impôs sanções ao ministro Alexandre de Moraes, gerando reações no Brasil. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou essa ação, afirmando que "a perseguição ao ministro Moraes não é o caminho".