Sarney critica emendas parlamentares, defende fim da reeleição e diz que democracia exige vigilância
José Sarney critica emendas parlamentares e defende reformas eleitorais durante palestra sobre democracia. O ex-presidente destaca a importância da vigilância e da representação política no fortalecimento das instituições democráticas.
José Sarney (MDB) criticou o excesso de recursos para emendas parlamentares durante conferência sobre os 40 anos da democracia no Brasil, na USP, nesta quarta (21).
Ele afirmou que as emendas devem melhorar programas de governo e não servir à reeleição, o que diminui o papel do Parlamento. Sarney defendeu a implementação do voto distrital misto para fortalecer a representação e os partidos.
O ex-presidente reconheceu a Constituição de 1988 como fundamental para a democracia, mas sugere correções para seu aprimoramento. Ele se manifestou a favor do fim da reeleição para presidentes, governadores e prefeitos, evidenciando os danos que isso causa à gestão.
Ao ser questionado sobre a política brasileira, Sarney evitou comentar a possibilidade de uma candidatura da direita sem Jair Bolsonaro (PL). Ele observou que a polarização política é lamentável, mas acredita que será superada com consensos.
O ex-presidente reforçou a importância da vigilância na defesa da democracia, citando Thomas Jefferson e enfatizando que a democracia é algo que deve ser constantemente cuidada.
A presença do ex-presidente Michel Temer no seminário foi cancelada devido a um atraso, levando a protestos de coletivos de universitários contra sua participação. Sarney também foi contestado por suas declarações sobre o 8 de janeiro, que descreveram como não sendo uma tentativa de golpe.
O evento contou com a presença de professores, alunos e autoridades, incluindo políticos e ex-ministros.