HOME FEEDBACK

São Jorge: de santo 'cassado' a guerreiro que vive na Lua

A figura de São Jorge, reconhecida por sua lendária batalha contra um dragão, transcende a tradição católica e se torna um símbolo de sincretismo nas religiões afro-brasileiras. Apesar de sua remoção do santoral oficial pela Igreja Católica em 1969, sua veneração persiste fortemente na cultura popular e nas celebrações religiosas.

São Jorge: padroeiro do Corinthians e do Rio de Janeiro, figura central de umbanda e presente na cultura popular brasileira.

Removido do festivo católico em 1969, sua veneração permanece forte. Representado como um belo guerreiro em um cavalo branco que derrota um dragão, a veracidade de sua vida é debatida.

Segundo o Vaticano, existem "narrações fantasiosas" sobre ele. Um episódio famoso relata que ele salvou uma princesa de um dragão em Selém, Líbia. O "Passio Georgii", documento de 496, menciona sua história, mas é considerado apócrifo.

Segundo a tradição, nasceu na Capadócia, em 280, e foi um soldado confiável do imperador romano Diocleciano. No ano de 303, recusou-se a seguir o edito que perseguia os cristãos, sendo torturado e decapitado.

Seu culto, datado do século 4, indica sua existência, apesar de relatos lendários. O sincretismo identifica São Jorge com Ogum, orixá africano da guerra. Essa associação surgiu na luta pela preservação das tradições africanas durante a escravidão.

As celebrações de São Jorge são também um meio de expressar a cultura negra. Sua morada na lua, segundo lendas, simboliza sua proteção à humanidade contra o mal.

Desde 1969, São Jorge é uma memória facultativa na Igreja, mas continua a ser celebrado. Sua exclusão oficial gerou confusões sobre sua importância nas tradições afro-brasileiras.

Padres reconhecem seu impacto e pedem apoio de São Jorge contra intolerâncias e discriminações, mantendo vivo seu legado no imaginário cultural brasileiro.

Leia mais em bbc