Santo Onofre: o santo solitário do dia dos namorados que passou 60 anos sem contato com ninguém
Contradizendo a celebração do amor, o Dia dos Namorados no Brasil coincide com a festa de Santo Onofre, símbolo da solidão e do voto de castidade. A história revela nuances sobre a origem comercial da data e as características do santo que a acompana.
Dia dos Namorados no Brasil: Diferente de outros países que celebram o amor em 14 de fevereiro, a data brasileira, em 12 de junho, coincide com Santo Onofre, um eremita do deserto.
O publicitário João Doria criou a data em 1949 como uma estratégia comercial, ligando-a à véspera de Santo Antônio, o santo casamenteiro. O historiador Luiz Antônio Simas destaca a contradição: Santo Onofre é simbolicamente o oposto do amor, sendo o "santo da castidade" e "solitário do deserto".
A tradição cristã diz que Onofre viveu entre 60 e 70 anos no deserto do Egito, sem contato humano, em busca de uma vida ascética. A figura é mencionada no Martirológio Romano, mas não há comprovação histórica de sua existência.
Simas explica que o Dia dos Namorados no Brasil não emplacou em fevereiro, pois: São Valentim não se popularizou e o clima do hemisfério norte não se aplica ao Brasil.
Onofre se tornou um símbolo de solidão e reflexão espiritual. Sua figura inspira muitos, pois representa a busca da vida contemplativa, a penitência e a oração.
Suas características:
- Fez da solidão seu caminho para estar em contato com Deus.
- Inspirou práticas monásticas e é cultuado tanto na Igreja Católica quanto na Ortodoxa.
- Na devoção popular, é invocado para proteção contra a fome e ajuda em questões de alcoolismo.