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Sanções dos EUA à Rússia podem causar caos em fazendas na América Latina

Agricultores da América Latina se preparam para enfrentar crises se os EUA impuserem sanções ao comércio de fertilizantes russos. Especialistas alertam que isso pode inviabilizar a produção de commodities essenciais como soja e milho, afetando preços e a qualidade dos produtos.

Agricultores latino-americanos enfrentarão desafios se os Estados Unidos aplicarem sanções secundárias aos compradores de fertilizantes russos, essenciais para culturas como abacates e soja.

O Brasil importou US$ 3,7 bilhões em fertilizantes da Rússia no ano passado, respondendo por quase um terço de sua demanda. Interrupções nesse suprimento podem ser prejudiciais, conforme especialistas.

A guerra na Ucrânia, iniciada em 2022, afetou os preços, mas o comércio se normalizou. No entanto, planos para aumentar a produção local no Brasil e México estão avançando lentamente.

O secretário-geral da OTAN alertou que o Brasil poderá ser fortemente impactado por novas sanções dos EUA. Um vice-presidente da Aprosoja Brasil afirmou que isso “praticamente inviabilizaria” a produção de soja e milho.

O México também depende da Rússia para fertilizantes, importando mais de US$ 580 milhões no ano passado. Sanções poderiam diminuir a qualidade dos fertilizantes, elevando os preços para consumidores americanos, especialmente no mercado de abacate.

A Rússia é um fornecedor chave para a Colômbia, que importa cerca de um quarto de seus fertilizantes desse país. A escassez pode aumentar a inflação alimentar na América Central, exacerbando a crise migratória.

Empresas de fertilizantes, como a Mosaic, temem que novas interrupções no comércio elevem a volatilidade do mercado. A empresa expressou preocupações sobre quebras na cadeia de suprimentos para a safra de soja.

O Brasil e o México buscam diminuir a dependência de fertilizantes importados, com planos para aumentar a produção doméstica. Contudo, os progressos são lentos devido a fatores como alta dos custos e falta de financiamento.

Os produtores russos esperam aumentar sua participação no mercado global para 25% até 2030, focando nas vendas para países em desenvolvimento como Brasil, Índia e China.

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