Saint-Pierre e Muiquelon: arquipélago alvo de tarifa de 50% anunciada por Trump tem comércio praticamente nulo com os EUA
Saint-Pierre e Miquelon, uma pequena ilha francesa, se vê surpreendida por tarifas anunciadas pelo governo Trump, apesar de seu quase inexistente comércio com os EUA. A aplicação de taxas elevadas a países com baixo volume de exportação gera questionamentos sobre a lógica por trás dessas decisões comerciais.
Saint-Pierre e Miquelon, arquipélago francês ao sul da ilha canadense de Terra Nova, é alvo da maior tarifa anunciada por Donald Trump. O comércio com os EUA é praticamente nulo desde 1992, mas em julho de 2024 houve uma exportação de US$ 3,5 milhões.
Apesar disso, desde então, a balança comercial entre os dois países tem se mantido zerada. Não há explicações para a tarifa nos documentos da Casa Branca, que aplica a mesma taxa de 20% aos países da União Europeia.
Analistas observam que a fórmula utilizada para definir a tarifa é baseada no débito comercial dos EUA com cada país. O arquipélago conta com a atividade pesqueira como seu principal pilar econômico, além de produção agrícola e um setor turístico crescente.
Outros países de baixa renda, como Lesoto, têm tarifas semelhantes. Lesoto se beneficia de um acordo de livre acesso ao mercado americano através da Lei Africana de Crescimento e Oportunidade de 2000.
Lesoto, conhecido como a “capital africana do jeans”, produz para marcas como Levi’s e Wrangler e gera 30 mil empregos diretos. Trump, em seu discurso de posse, criticou remessas internacionais para projetos no país, apontando: “Ninguém nunca ouviu falar”.
Outros países afetados incluem Mianmar, com tarifa de 45%, e Nauru, com 30%. O Vaticano e Mônaco têm uma tarifa mínima de 10%.