Saiba o que as testemunhas de Bolsonaro disseram no julgamento do suposto golpe
Testemunhas reforçam acusação de planejamento de golpe por Jair Bolsonaro, enquanto defesa nega qualquer intenção de ruptura. O julgamento continua com a expectativa de depoimentos e veredicto nos próximos meses.
Jair Bolsonaro é acusado de planejar um golpe de Estado contra Luiz Inácio Lula da Silva, segundo testemunhas de acusação durante o julgamento do ex-presidente. O processo se encerrou nesta segunda-feira (2), antes do depoimento de Bolsonaro, agendado para a próxima semana.
Ele é acusado de liderar “uma organização criminosa” para permanecer no poder após a derrota nas eleições de 2022. Caso seja condenado, pode enfrentar até 40 anos de prisão.
Durante duas semanas, as audiências ouviram cerca de 50 testemunhas, incluindo ex-militares, ex-ministros e policiais. Dois ex-comandantes das Forças Armadas afirmaram que Bolsonaro apresentou um plano para impedir Lula de assumir o cargo.
O ex-ministro Tarcísio de Freitas, aliado de Bolsonaro, negou ter ouvido sobre qualquer plano de golpe. Os depoimentos seguem na próxima segunda-feira (9) e podem se estender até sexta-feira.
Os eventos de 8 de janeiro de 2023 também foram relembrados, quando bolsonaristas invadiram as sedes do poder em Brasília. A acusação sustenta que o ataque era a última chance de Bolsonaro para se manter no poder.
O então vice-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha, disse ter enviado alertas desde 6 de janeiro sobre a intenção de invadir o Congresso. A operação de prisão dos bolsonaristas começou apenas no dia 9 de janeiro.
O general Marco Antônio Freire Gomes, então comandante do Exército, admitiu ter se encontrado com Bolsonaro para discutir medidas excepcionais que incluiriam uma intervenção militar. Ele foi cauteloso em relação às implicações jurídicas da situação.
A defesa de Bolsonaro trouxe novamente Tarcísio de Freitas à tona, que reforçou nunca ter ouvido o ex-presidente mencionar qualquer tentativa de ruptura da Constituição, descrevendo Bolsonaro como “triste e resignado” após a derrota.
Com informações da AFP