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Rússia substitui WhatsApp por aplicativo local e reforça controle do Kremlin sobre internet

Governo russo intensifica controle da internet ao promover o aplicativo Max como central para comunicação e serviços. Medidas adicionais visam restringir o acesso a plataformas estrangeiras e fortalecer a vigilância digital.

A Rússia está consolidando uma internet sob controle estatal. O governo anunciou em 30 de agosto que o aplicativo Max, desenvolvido pela VK Co., será a principal plataforma de mensagens do país.

A VK está sob influência do Kremlin via Gazprom e acionistas próximos ao governo.

Essa medida faz parte da estratégia de soberania digital da Rússia, que visa nacionalizar a infraestrutura da internet desde 2011.

O Max oferece mensagens, pagamentos, acesso a serviços públicos e entretenimento.

Restrições crescentes sobre plataformas estrangeiras foram definidas por Vladimir Putin. O WhatsApp, da Meta Platforms, está entre os alvos prováveis de bloqueio, enquanto Facebook, Instagram e X já estão banidos. O YouTube enfrenta limitação.

Após a invasão da Ucrânia em 2022, o governo russo intensificou o controle da internet, com 2.591 apagões de internet móvel registrados em julho de 2025, um aumento significativo desde junho. Essas interrupções visam dificultar o uso de drones ucranianos.

A Rússia também utiliza métodos para bloquear aplicativos e VPNs e optou por multas para pesquisas de conteúdos considerados extremistas. Há repressão a manifestações contrárias à guerra e à comunidade LGBTQIA+.

O Max não possui criptografia de ponta a ponta, facilitando o monitoramento de dados. Assim, concentra a atividade online em uma infraestrutura estatal.

A maioria das ações da VK está com a MF Technologies, associada à Gazprom, e a seguradora Sogaz AO, controlada por um aliado de Putin. O CEO da VK, Vladimir Kirienko, é filho de um assessor do presidente.

A nacionalização da internet foi impulsionada por protestos online desde 2011, com leis que filtram o tráfego digital e exigem armazenamento de dados na Rússia.

Em 2023, um consórcio apoiado pelo Kremlin adquiriu a operação do Yandex. O VKontakte superou o YouTube em usuários mensais.

O uso do Max é limitado, mas o governo espera que a integração com serviços públicos incentive sua adoção, promovendo uma substituição gradual de plataformas globais por serviços internos.

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