Rússia quer outros países em acordo sobre armas nucleares com EUA
Rússia muda abordagem sobre controle nuclear e condiciona negociações aos arsenais de outras potências. A declaração surge em meio a um impasse nas conversas de paz relacionadas à Guerra da Ucrânia.
Governo Russo Anuncia Mudança em Negociações de Armas Nucleares
Nesta terça-feira (8), o governo de Vladimir Putin afirmou que quaisquer negociações sobre controle de armas nucleares com os Estados Unidos devem considerar os arsenais de outros países. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, destacou: "Só podemos discutir tudo como um todo".
Essa decisão representa uma mudança significativa na postura russa, que anteriormente focava apenas nos arsenais russo e americano. O anúncio ocorre em meio às dificuldades para negociar um cessar-fogo na Guerra da Ucrânia.
Donald Trump promoveu uma reviravolta na política americana, buscando iniciar conversas diretas com os russos e pressionar Kiev a aceitar uma trégua. No entanto, Putin exigiu que as discussões começassem com pontos previamente definidos.
Após semanas de impasse, Trump sinaliza impaciência, ameaçando novas tarifas e sanções. O primeiro enviado russo de alto nível desde 2022, Kirill Dmitriev, não obteve avanços nas negociações.
As armas nucleares tornam-se essenciais nas conversas, pois ambos os lados concordaram em incluir divergências amplas além do conflito ucraniano. O Relógio do Juízo Final indica que o mundo enfrenta o maior risco atômico da história, em grande parte devido às tensões entre potências nucleares.
No total, Rússia e Estados Unidos controlam 87% das ogivas nucleares mundiais, com a China seguindo com 4,8%. O acordo Novo Start de 2009, que limita arsenais nucleares, está congelado pela Rússia desde 2023.
Peskov mencionou a necessidade de restaurar a confiança entre Putin e Trump antes que as negociações possam começar, sem esclarecer como outras potências nucleares entrarão na discussão.
A Federação dos Cientistas Americanos estima que os aliados da Rússia têm 650 ogivas, enquanto os aliados dos EUA operam 605. A situação da Índia e do Paquistão é complexa devido aos seus relacionamentos com as potências nucleares.