Rússia e Ucrânia trocam acusações sobre adiamento da troca de prisioneiros
Troca de prisioneiros entre Rússia e Ucrânia é adiada amid intensificação do conflito. Bombardeios em Kharkiv deixam ao menos dez mortos, aumentando a pressão sobre negociações de paz.
Rússia e Ucrânia trocaram acusações sobre o adiamento da troca de prisioneiros, único avanço das negociações para terminar a guerra que dura há mais de três anos.
As forças russas ocupam cerca de 20% do território ucraniano e realizam bombardeios quase diários, com aumento recente em intensidade. Neste sábado, 10 pessoas morreram em bombardeios na Ucrânia, após a segunda rodada de negociações de paz em Istambul.
O negociador russo, Vladimir Medinski, acusou a Ucrânia de adiar a recepção de corpos e a troca de prisioneiros. A Ucrânia negou, afirmando que a Rússia não cumpriu os acordos e acusou Moscou de manipulações.
Ambos os lados concordaram na libertação de soldados feridos e doentes, totalizando mais de 1.000 pessoas de cada lado, em um acordo semelhante à troca anterior em maio.
No nordeste da Ucrânia, em Kharkiv, os bombardeios mais recentes causaram a morte de quatro pessoas e deixaram 22 feridos. O prefeito da cidade relatou que foi o pior ataque desde o início da guerra total.
Na região de Kherson, três pessoas morreram, e na região de Donetsk, mais três. O chanceler ucraniano denunciou a continuidade dos ataques contra civis e pediu à comunidade internacional que pressione Moscou.
Durante a noite, a Rússia lançou 206 drones e nove mísseis contra a Ucrânia. O Ministério da Defesa da Rússia informou a destruição de 36 drones ucranianos.
O presidente Vladimir Putin prometeu resposta aos ataques de drones que atingiram aviões militares. Durante a segunda rodada de negociações, a Rússia apresentou exigências à Ucrânia, incluindo a retirada de forças de regiões anexadas, condições consideradas inaceitáveis pelo presidente Zelensky.
Na França, o presidente Lula da Silva propôs a criação de um grupo de países neutros para mediar as negociações entre Rússia e Ucrânia. Desde o início da invasão, há um saldo de dezenas de milhares de mortos, destruição em larga escala e milhões de refugiados.