Rússia e China aproveitam silenciamento do Voz da América pelos EUA
Fechamento da VOA gera preocupações sobre o futuro da liberdade de imprensa na África. Especialistas alertam que o vácuo deixado pode favorecer a desinformação promovida por regimes autoritários.
Donald Trump assinou um decreto para enfraquecer a VOA (Voz da América), celebrada por veículos russos e chineses, como RT e Sputnik.
Margarita Simonyan, da RT, comemorou o fechamento da VOA e Rádio Liberdade, chamando a decisão de "fantástica". O Global Times a classificou como uma "fábrica de mentiras" sobre a China.
A VOA, que fornece reportagens sobre países com liberdade de imprensa limitada, pode deixar um vazio na cobertura de notícias na África, um cenário que analistas temem que beneficie governos autoritários.
Elon Musk, assessor de Trump, defendeu o fechamento, afirmando que a VOA é irrelevante e custosa. A VOA, no entanto, atinge cerca de 427 milhões de pessoas semanalmente em mais de 100 países, sendo significativa na África, com 93 milhões de ouvintes.
A presença da VOA na África inclui serviços em vários idiomas locais, ajudando a combater narrativas enganosas e mantendo os governos responsáveis. A saída da VOA pode permitir que Rússia e China aumentem sua influência na região.
A RT e Sputnik têm expandido suas operações na África, enquanto a China usa agências de notícias estatais para fortalecer sua narrativa. A Turquia também está se infiltrando no ecossistema de informações african.
Atualmente, a VOA enfrenta incertezas, com funcionários em licença e um tribunal suspendendo o fechamento temporariamente. Especialistas alertam que a falta de reportagens independentes pode aumentar o controle autoritário na África.
As narrativas promovidas por Rússia e China já influenciam a opinião pública e podem impactar a política africana. A desinformação se propaga nas mídias sociais, e a falta de iniciativas locais pode agravar o problema.
Para especialistas, é essencial desenvolver uma narrativa africana que ofereça perspectivas locais e soluções para a desinformação, em vez de depender apenas de veículos internacionais.