Rússia condena jornalistas à prisão por laços com Navalni, opositor morto de Putin
Jornalistas foram acusados de atuar em grupo extremista e trabalhar para a fundação de Alexei Navalni. Sentenças duras refletem a crescente repressão à imprensa na Rússia.
Quatro jornalistas russos foram condenados a 5 anos e meio de prisão por um tribunal em Moscou, nesta terça-feira (15), por supostamente trabalharem para a organização do líder da oposição Alexei Navalni.
Os jornalistas Antonina Favorskaia, Sergei Karelin, Konstantin Gabov e Artem Kriger foram acusados de pertencer a um grupo extremista, desde outubro sob julgamento a portas fechadas, o que eles negam.
Os promotores alegaram que eles criaram conteúdos para o canal do YouTube da Fundação Anticorrupção de Navalni, considerada um "agente estrangeiro" e uma organização extremista na Rússia.
A pressão sobre a imprensa russa aumentou desde o início da guerra na Ucrânia. Defensores dos jornalistas afirmam que o julgamento visa intimidar repórteres por realizar seu trabalho.
Navalni, um importante opositor do presidente Vladimir Putin, faleceu em 2024, enquanto cumpria uma pena por acusações que sempre negou. Sua esposa, Yulia Navalnaia, alegou que ele foi assassinado, enquanto o comitê investigativo russo atribuiu sua morte a doenças.
No tribunal, Karelin e Gabov, freelancers, e Favorskaia e Kriger, da SOTAvision, foram vistos algemados. Kriger comentou: "Tudo ficará bem. Eu dou a esse regime mais um ano, no máximo mais um ano e meio."
A Reuters e a Associated Press manifestaram preocupação com a liberdade de imprensa, destacando que a prisão de jornalistas é inaceitável. Alexandra Ageeva, fundadora da SOTAvision, declarou que as sentenças eram esperadas e considerou as penas "terríveis" para jornalistas apenas exercendo sua função.